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Dicas de Micropipetagem

 

Em um laboratório uma única gota de reagente ou a contaminação durante a manipulação de fórmulas podem colocar tudo a perder, alterando a qualidade e inferindo diretamente nos resultados. Por isso, as micropipetas, instrumentos de alta precisão utilizados na medição da transferência de líquidos, são ferramentas essenciais neste processo.

Entre os principais fatores que podem alterar a exatidão das medidas desses volumes podemos destacar a escolha do equipamento, a qualidade deve ser levada em consideração no momento da aquisição; a ponteira, que é responsável por determinar a retenção do líquido e consequentemente interferir na medida do volume, e sendo assim também tem grande peso na pipetagem; as condições ambientais que também não podem ser deixadas de lado, já que volume do líquido pode sofrer alterações de acordo com a temperatura, umidade e pressão; é importante prestar atenção na viscosidade, volatilidade e em todas as condições do líquido; e por fim, a habilidade e experiência do operador durante o manuseio do instrumento.

Para evitar erros e problemas é necessário realizar periodicamente a manutenção preventiva e calibração das micropipetas. Entre as principais instruções podemos destacar:

  • Faça a limpeza externa do aparelho;
  • Quando necessário realizar a descontaminação e limpeza interna da micropipeta, sempre respeite as recomendações do fabricante.
  • Realize um teste simples de funcionalidade: expulsão das ponteiras, verificação do controlador de volumes, teste de gotejamento e avaliação do movimento de pipetagem.
  • Calibração: neste processo é analisado tanto a exatidão, que consiste na distinção entre os volumes selecionados em relação ao dispensado, ou seja, se a medida está longe do volume desejado. E também a precisão, levando em consideração a variação entre uma pipetagem e outra. Fatores de condições ambientais também devem ser monitorados. A calibração deverá ser realizada por um profissional treinado e em um laboratório preparado para este procedimento.

Todos esses passos são de extrema importância para garantir a eficácia do instrumento. Uma micropipeta só estará apta ao uso quando atender os requisitos de exatidão e precisão durante a manipulação de volumes.

Dicas para utilização:

  • Profundidade: a imersão correta da ponteira altera em até 5% a exatidão dos resultados. As pipetas de volume micro devem ser imersas entre 1 e 2mm, já as pipetas maiores entre 3 e 6mm.
  • Ângulo: a ponteira teve ser imersa na vertical, não podendo desviar mais do que 20º da vertical.
  • Ritmo: é preciso obter um ritmo adequado e consistente entre um processo e outro.
  • Dispensação consistente: para ter ainda mais precisão é indicado que até a última gota seja totalmente dispensada. Essa técnica pode aumentar a exatidão em cerca de 1% ou mais.
  • Pré-rinsagem: quando se aspira um líquido, forma-se uma espécie de filme na parede interna da ponteira o que pode causar erro na primeira medida. Pré-rinsar a nova ponteira garante a exatidão e precisão do volume a ser posteriormente transferido. O processo de pré-rinsagem consiste em aspirar e dispensar o líquido algumas vezes antes de iniciar o procedimento.
  • Temperatura: antes de iniciar a micropipetagem é importante que os líquidos e equipamentos estejam em temperatura ambiente.
  • Padronização: pressione o êmbolo até o primeiro estágio, mergulhe a ponteira no líquido e solte o êmbolo continuamente de modo que o aspire. Durante a dispensa, pressione até o primeiro estágio, em seguida, pressione o êmbolo até o segundo estágio para eliminar pequenas as  últimas gotas que possam ter permanecido na ponteira.
  • Ponteiras: é importante lembrar que a ponteira e a micropipeta devem ser compatíveis, preferencialmente seguindo as recomendações do fabricante, para que não haja alteração nos resultados.
  • Pressão e velocidade: para gerar resultados mais precisos, aperte o botão com pressão constante até o primeiro estágio, depois mergulhe a ponteira e solte-o com uma velocidade constante.